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terça-feira, 6 de novembro de 2007

Meu Ex-Rottweiller

Meu Ex Rottweiller

Como todos sabem, desde criança, ou melhor, desde que reencarnei nesta terra de doidos, vivo rodeada de seres caninos. Para ser honesta, não somente os caninos.
Fazem parte dos bichos com os quais convivi uma variedade absurda de cores e formas.
Pelo jardim do que foi um dia minha casa, passaram ao menos umas 3 ou 4 espécies de aves e mamiferos, fora os outros animais que co-habitavam o jardim e que não sabemos a procedência, isso sem contar, os duendes e fadas é claro. Quanto aos gnomos, não sei, nunca os vi! São criaturas mais tímidas por assim dizer!
Entretanto, meu jardineiro jura ter visto gnomos no jardim de casa. Se ele viu, só ele pode dizer... Procurem por ele, seu Belarmino.
Posso começar?
Vou iniciar pelo início logicamente e como não poderia deixar de ser pelo animal comum à família Maiello: as bolas de pelos conhecidas por pertencerem à família dos caninos, mas não podemos nos ater a eles somente, pois, os felinos tiveram seus representantes, e que representantes, basicamente devemos nos ater aos formatos mini e master, ou seja, oito e oitenta, ou seja, gatos e leões! Leões? Sim, leões... Seguidos de perto pelos camundongos, ratazanas, e por fim, hamsters, tantos quantos conseguimos colocar numa gaiola de pássaros. Saindo da terra e indo diretamente para a água, tivemos todos os tipos de peixes e crustáceos que se pode imaginar. Todos fazendo motim num aquário gigantesco, alguns se jogavam para fora, outros simplesmente comiam pedras e os mais legais devoravam seus semelhantes. Há quem diga que os peixes são criaturas pacificas. Bem... Quem sou eu para dizer que não? Evidentemente, finalmente e não menos importante, chegamos aos voadores. Morcegos caindo pela chaminé da casa de campo a tucanos light, devoradores de papaya. Ah, sim tivemos a passagem relâmpago dos coelhos, tartarugas, tatu-bolas, joaninhas, formigas, e seres humanos das categorias mais incríveis, mas estes não contam. Uma vida dedicada à zoologia.
Uma verdadeira festa!
Nos últimos dez anos nos dedicamos a criação de Rottweillers. Adquirimos num fatídico dia dos pais o provedor da espécie e todos os transtornos que poderíamos querer. Veio tudo num pacote que pesava 7 quilos e tinha 60 dias. Aros.
Nosso cachorro desde filhote mostrou que ser cão não significa necessáriamente ser cão.
Certo... Vou explicar.
Para o nosso Rottweiller, ser cão era algo mais parecido com reencarnar o capeta, o diabo da Tazmania ou qualquer outra aberração do inferno.
Feliz ou infelizmente ele sucumbia à demência de papai que depois de ter domado seus leões de estimação por algumas noites, achou que dividir a cama com um filhote de Rottweiller gorducho e desengonçado "não poderia ser mais tranquilo". Só esqueceu de consultar mamãe...
Ficou estabelecido pelas regras do matrimônio que o Aros dormiria no meio da cama, acho que mamãe até achou bom. Qualquer um dos dois que ousasse se revirar na cama teria motivos de sobra para dormir bem melhor no dia seguinte.
Não queiram, pelo bem de seus amigos peludos, saber o porque disso ok!
Felizmente as noites de sono dividindo a king size com o gorila, ou melhor, com o cachorro chegaram ao fim no quarto mês. O bicho estava crescendo a olhos vistos e o corredor entre papai e mamãe na king size não comportava a nossa aberração.
Resultado... Ele foi para o chão. Ainda assim dividia o quarto com meus pais.
Coisa magnífica era acordar com aquele tanque de guerra canino fazendo um mata leão logo cedo. Praticamente esmagando meus sonhos dourados.
Ah sim, o rapazinho era tão pesado e tão grande que a sequência abraço, lambida e rosnada era letal. Fora o bafo quente com cheiro de osso... Logo cedo! Ninguém merecia!
Assim foram os primeiros meses com nosso cachorro. A verdade é que papai curtiu muito o presente do dia dos pais. Ele só não entendeu que não tinha ganhado um edredon e sim um cachorro e que portanto, não precisava usá-lo.
Felizmente meu irmão, percebendo que nosso cão estava mais para esquadrão anti-sequestro, SWAT, FBI, do que para cão de companhia, resolveu descolar uma companhia para o cão.
Eis que chega a nossa casa a Sra. Atrevida. Uma Rott que achava que era poodle e que por uma ironia do destino se apaixonou pelo nosso poodle que por sua vez achava que era um Rottweiller.
Resultado: o Aros, nosso Rottweiller que tinha certeza de sua raça e tamanho comprou uma briga com o poodle por causa da bela Atrevida.
Estava aí instaurado o triangulo amoroso que quatro anos depois culminou na tragica morte de nosso poodle.
Antes porém, nosso cão, misto de garanhão com touro selvagem, conseguiu cumprir a penultima das regras da vida, que são:
Nascer, crescer, reproduzir (e como) e morrer.
E ele reproduziu-se. Não uma, mas umas quatro vezes e dessas quatro vezes saíram mais de 30 filhotes. Todos Rottweiller lindos e fortes. As coisinhas mais fofas do mundo. Alguns com a cara do papai outros com o gênio da mamãe, mas todos, sem excessão, lindos demais.
De sua primeira ninhada ficamos com dois filhotes. Não sei dizer porque, mas conseguimos entre 12 filhotes, escolher duas pestes.
Um, tão pequeno que parecia um bife, o outro tão grande que parecia um cavalo. Todos porém tão valentes quanto a mãe. Uma cachorra muito especial que provavelmente anda dando muita alegria para os desencarnados assim como ela.
Ah sim, o Aros não era um cão bravo. Era "O" cão. Isso diz tudo para bom entendedor. Ou seja, o cara era infernal. Completamente insano. Cheio de manias, neurótico e um apaixonado pelas roupas brancas. Devorou todas que conseguiu e só depois descobrimos que seu desejo secreto não era pelas roupas e sim pelo veterinário. Seu sonho de vida, pelo menos a canina, sempre foi devorar seu veterinário. Justamente por isso nós tinhamos que apagar o cachorro todo ano para que o veterinário pudesse vaciná-lo. Ele fingia que dormia e nós tolinhos fingíamos que não tinhamos medo do bichano e... Task! Lá íamos nós achando que seria fácil vacinar a criatura que normalmente jazia meio zonza no gramado do jardim, após doses cavalares de sedativo, para de repente pular como uma jaguatirica enlouquecida sobre nosso santo veterinário.
O coitado deve estar dando graças por nunca mais ter visto o Aros.
Se tem algum veterinário bom no planeta, esse é o meu.
Praticamente onze anos cuidando do nosso demônio com paciência budista. Genioso... Nosso Aros, ou pelo menos era, quando morava comigo.
Atualmente mais parece uma lady, nem parece aquele selvagem que destruiu nossas roupas, os pés da mesa, o nosso poodle e inúmeras boas de futebol dos filhos do vizinho e suas vasilhas de comida revestidas de cimento!
Sua transformação se deu por dois motivos. O primeiro logo quando meu pai morreu. Como papai era o único a quem o Aros obedecia, com a sua morte o rapaz se rebelou. Causou tanta confusão que foi preciso isolar o cachorro para que não matasse seus descendentes. Depois quando sua companheira se foi. O bicho que era completamente isano ficou deprimido e nunca mais foi o mesmo. Fechou-se no seu mundo canino e afastou-se cada vez mais do convívio humano.
Finalmente a última transformação se deu nos últimos seis meses, quando precisamos, minha família e eu, mudar para um apartamento.
Infelizmente nosso grande amigo, não poderia vir conosco. Fiquei muito triste em ter que encontrar um novo lar para ele que por sete meses não conseguia dormir direito.
Apesar de ser um cachorro genioso e cheio de regras, nós amamos nosso Aros e não queríamos nos desfazer dele.
Além do mais, quem seria louco suficiente para adotar um Rottweiller velho, cheio de manias, bravo e mal-humorado?
Ninguém...
Exceto o meu namorado.
Desde que viu o Aros, de alguma forma ele soube que um dia ele e meu amigo peludo seriam amigos. Não tardou para que essa situação se tornasse real.
Quando soube da minha mudança, meu namorado disse que queria ficar com o Aros, mas como ele tinha já dois cachorros, não sabia se daria certo ou não. Então foi numa dessas coincidências da vida que infelizmente por motivos alheios a nossa compreensão, o cachorro do meu namorado começou a apresentar os sintomas da velhice e se foi.
O Aros então encontrou a chance que precisava na vida.
Hoje ele é o melhor cão do mundo, está adorando sua nova vida e quem diria, sua nova personalidade.
Ele vive alegre, brinca com todo mundo, aprendeu a sentas, dar a pata e logicamente, como tudo não poderia ser tão perfeito, continua aprontando as suas.
Recentemente abocanhou o pneu do carro do meu namorado, rasgando com sua força e seus dentes a borracha. Resultado, atualmente meu namorado é cliente master da loja de pneus, sem contar outras coisinhas que nosso amigo peludo anda aprontando, como por exemplo roubar o osso de sua nova namorada, esconder-se dentro da sala do meu namorado só para aproveitar o ar condicionado e já que a palavra é condicionado, ele mesmo se condicionou a comer tantos pães quantos lhe forem oferecidos em troca de obediência na hora de por a focinheira para um passeio - atitude que beneficia somente a ele - e dar uma patinha aqui, outra acolá.
Muito sabido esse meu cachorro não?
Alguém tinha dúvidas de que ele se daria bem afinal?
Óbvio que não... Fala sério!
Alessandra Cherazard Maiello
06/11/2007


Sonhando vivo!

Magia de sonhar, de um sonho acordar.

Mágicos são os sonhos que não somos capazes de sonhar, porque sonhar já não é mais possível.
Sonhamos com quem queremos ser, sonhamos com o que queremos ter.
Sonhamos porque os sonhos podem quem sabe um dia deixar de ser sonhos para se tornarem uma realidade que só é boa enquanto sonho.
Ah se todos soubessem... que a vida pode conter um sonho e que um sonho em vida não faz da vida um sonho.
Um sonho de vida para quem sonha com o sonho transformado em vida. Mas para que sonhar se sonhando se sonha com o sonho da vida real?
Se sonho? Sonhando vivo. Vivo sonhando e porque sonhando sonho em sonhar e transformar o sonho de sonhar em sonho a se realizar. Sonho em realizar sonhos.
Se sonho?
Sonhando vivo. Estou viva e vivo do sonho, no sonho... para o sonho.
Se sonho? Sonho!
Sonho que não é sonho, mais que sonho, sempre um sonho. Sonho acordada que durante insonia tenho sonho de sonhar. Sonho que durmo, para poder dormindo sonhar que estou acordada.
A vida é sonho, sem sonho não há vida.
Se sonho?
Acordada sonho. Dormindo sonho, advinho o sonho que sonho divino.
Quero sonhar diversos sonhos, para que sonhando a vida possa levar, como se um sonho estivesse a sonhar.
Falo do sonho, pois sonho falar e se falando em sonho, que tal sonhar?
Sonhar com a esperança do sonho jamais terminar, sonhar que as pessoas deveriam parar de sonhar com sonhos que possam realizar.
Afinal o que é sonhar se se pode realizar?
Sonhar é sonhar! Realizar é realizar.
Sonhar não é realizar assim como realizar nunca poderá ser sonhar, pois jamais se realizará o sonho que se sonhar pois sonhar é sonhar
Sonhar para não realizar.
Se sonho?
E como sonho! Sonho sonhos que são apenas sonhos.
Sonho sonhar, sonho amar, amando sonhar, sem pestanejar quero continuar a sonhar.
Sonhando vou estar assim que acabar esta poesia do sonhar.
Vamos sonhar? Dormir, acordar!
Sonhar... Sonhar...
E para não acabar,
Que tal sonhar?

Alessandra Maiello