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terça-feira, 12 de maio de 2009

Sapatilha de Balé

Sapatilha de Balé!

As sapatilhas de Ponta e Meia Ponta eram as filhas de um famoso sapato de dança, o Sr. Sapato de Sapateado, e de uma nobre, pertencente a mais alta classe da sociedade dos acessórios, a Sandália de Salto Agulha.

Sandália e Sapateado, haviam se conhecido durante uma valsa num desses incríveis concursos de dança de salão e apaixonaram-se na mesma hora!

A cerimônia real foi realizada dentro do teatro mais famoso do mundo, o l´Opera de Paris. Os sapatos mais famosos de todos os tempos e muitos acessórios importantes como a Coroa de Diamantes da Rainha, compareceram à festa! Ninguém ficou de fora. Os padrinhos, Sapato de Couro Italiano e a Carteira Prada de Couro de Crocodilo não foram os únicos famosos a comparecerem à festa. Mala Louis Vuitton marcou presença com toda a família, seu marido o Cinto Gucci e suas filhas, Pochete e Necessaire. Estavam todos tão elegantes... Ah, foi uma festa maravilhosa! Sandália e Sapateado haviam valsado até raiar o dia!

Agora, o Sr. Sapateado não via a hora de poder casar suas duas filhas adoráveis: Sapatilha de Ponta e Sapatilha de Meia Ponta, ambas quase adultas.

Meia Ponta, a sapatilha caçula, adorava dançar e sempre que podia estava rodopiado e saltado de um lado para outro. Seu sonho era estrear na Broadway, ao contrário de Ponta, sua irmã mais velha, que brilhava no teatro Municipal desde os seis anos de idade!

Ponta era uma bela Sapatilha, toda rosinha, com uma fita de cetim comprida a lhe enfeitar as laterais. Era uma jovem muito certinha e levava a vida de bailarina muito a sério.

Diariamente acordava cedinho e ia para o teatro ensaiar. Dançava e dançava sem jamais reclamar e quando voltava para casa, só queria saber de descansar. A vida de uma sapatilha de balé era muito regrada e Ponta, por vezes, sentia-se entediada!

Meia Ponta, por sua vez, uma sapatilha de couro preta, toda brilhante, só pensava em aproveitar a vida, acreditava sem dúvida alguma que um dia brilharia num belo espetáculo de dança contemporânea, assim como o laço com pequenas contas de cristal que usava para realçar sua beleza juvenil. Mas enquanto sua estreia apoteótica não acontecia, Meia ponta gostava de sonhar com um certo príncipe encantado, o Sapato de Médico.

Ah, Médico era um calçado de formas definidas, branquinho como as nuvens do céu, estudado e absolutamente lindo. Eles haviam conhecido dias atrás, no aniversário da melhor amiga das irmãs Sapatilhas de balé a Tira-colo Azul, uma bolsinha atrevida, muito popular na escola de dança, tão pequena e brilhante que quase passava despercebida, não fosse por seu sobrenome, Armani!

Tira-Colo era fanática por festas chiques e os sapatos mais influentes sempre se atiravam em suas alças! Era uma bolsinha muito sedutora! A melhor amiga que as irmãs Ponta e Meia Ponta podiam ter!

As irmãs Meia Ponta e Ponta eram tão diferentes quanto o sol e a lua. Meia Ponta, a mais jovem, era uma garota alegre cheia de energia e não preocupava em nada seus pais festeiros, afinal, badalação era com ela mesma! Já sua irmã mais velha, Ponta, era preocupação constante na vida de seus pais, Sr. Sapato de Sapateado e da "socialite" Sandália de Salto Agulha!

Ponta vivia trancafiada em casa, não tinha quase amigos e só pensava em ensaiar. Não frequentava festas nem eventos que não fossem clássicos. Seus pais não sabiam mais o que fazer para que ela se sentisse um pouco mais feliz, e olha que já haviam tentado de tudo! Viagem para a Russia, ingressos para espetáculos Balé de todas as partes do mundo, entradas para óperas, livros, museus, bailes de debutantes, formaturas, discotecas, festas a fantasia e... Nada! Ponta era pura desilusão. Não se animava com nada! Mal parecia a filha de um casal de sapatos dançarinos.

Aquela tristeza toda desolava seus pais!

Certa tarde o Sr. Sapato de Sapateado, estalando suas solas no piso de madeira polida de sua casa, teve uma idéia genial, feria uma festa para comemorar o 21º. aniversário de Ponta!

Ah, sim! Seria uma festa grandiosa, jamais vista por nenhum acessório em terra alguma! Uma festa especial, com atrações vindas de de todos os circos do mundo. Malabaristas, Mágicos, Trapezistas... Enfim, artistas de todas as modalidades circenses bem como todo o tipo sons, ritmos e batucadas haviam sido convidados para animarem a festa de Ponta!

Meia Ponta e sua fiel amiga Tira-Colo, baladeiras de carteirinha, cuidariam dos convites, afinal reunir acessórios era com elas mesmas, ainda mais para eventos sociais tão incrivelmente legais como os que sempre aconteciam em sua casa!

Sandália de Salto Agulha ficaria encarregada da decoração do Salão, do DJ, das Luzes e do polimento do piso de madeira para que todos os convidados se sentissem dançando nas nuvens.

Papai Sapateado ficaria com a delicada tarefa de encontrar o presente mais especial de todos para sua filha, e não é que ele já tinha uma idéia em mente! Encomendaria o mais belo laço de cetim para sapatilhas que pudesse encontrar. Sabia que a nova moda entre as garotas era um laçarote de fita larga em tom pink, com paetês dourados e prateados e lindas bolinhas de cristal Swarowsky! Era o presente perfeito para adornar as belas linhas de sua filha Ponta!

Ela adoraria! Papai Sapateado tinha certeza!

Depois de uma semana de preparativos e intensas atividades na casa dos Sapatos de Dança, finalmente o grande dia chegou, e com ele muita cor, alegria e magia!

Todos estavam radiantes, menos Ponta, que rodeada por suas brilhantes fitas novas, não via a hora de tudo aquilo acabar para que pudesse voltar a sua sessão de leitura. O livro da vez era a História das Sandálias Romanas! Um best seller eleito o melhor livro sobre as indumentárias famosas!

Com os pensamentos em outro lugar Ponta recepcionava seus convidados logo na entrada do salão. Agradeceu os elogios, elogiou polidamente amigos de seus pais e como era esperado de uma Sapatilha de Balé, foi muito educada e solícita com os milhares de sapatos, cintos e bolsas do mundo todo reunidos ali para prestigiá-la.

Com todos aqueles convidados da elite das bijoux e acessórios, a imprensa não poderia ficar de fora e marcou presença na cobertura do evento. A maior revista sobre socialites enviara sua repórter mais fashion para entrevistar e fotografar todos os convidados. A matéria sairia na revista Pés e Meia Ponta era só sorrisos diante dos fotógrafos. E não é que tinha um que era um gato!

Ah! Meia Ponta era assim mesmo, paqueradora que só ela! Um dia acabaria se aquietando... Sapateado e Sandália sabiam disso, afinal eles também já tinham sido adolescentes um dia! E que adolescentes! Os mais pés de valsa de toda a região!

E os convidados não paravam de chegar...

Bota de Vaqueiro e sua gêmea Bota de Montaria foram as primeiras a chegar, seguidas pelos rapazes mais descolados da cidade, os gêmeos Esporas Country de Rodeio exibindo seus cabelos metálicos cheios de pontas! Eram famosos por colecionarem Botas e troféus nos rodeios. Nenhuma sela podia com eles!

Mala Louis Vouitton trouxe suas filhas Pochete e Necessaire que não paravam de entrar e sair do toillet. Elas estavam a todo vapor, zanzando daqui prá lá, de lá prá cá, sempre exibindo seus acessórios recém adquiridos, o Gloss Dior e o I Phone mais moderno da Apple!

Aquelas bolsinhas eram tão exibidas quanto seus pais, mas quando o assunto era festa... Ah, sim! Sabiam muito bem como se divertir e melhor ainda, como animar as coisas.

Logicamente a melhor amiga das irmãs Sapatilhas não poderia deixar de comparecer... E foi assim que apareceu Tira-Colo Azul, com seu namorado literalmente à tira-colo, um Cinto de Couro de avestruz tão fininho e tão elegante que todos paravam para lhe admirar as duas fivelas metálicas lustrosas e brilhantes que pareciam forjadas em prata!

Era um belo cinto, mas, também só podia ser mesmo, era filho de Dolce e Gabanna assim como suas irmãs a Camiseta Regata Preta e a Blusinha Branca Básica, todos cheios de nomes e sobrenomes, tantos adjetivos que tornava difícil decidir quem era mais cool! Contudo, eram uma bela família!

Ponta, vendo todo aquele glamour, desejou ser invisível e poder fugir dali, mas o circo estava para chegar e ela queria ao menos ver o show de mágica antes de se mandar para seu quarto.

Sonhava em ver um espetáculo de circo desde que nascera e agora que seu pai havia lhe presenteado com um show tão lindo como aquele que estava prestes a começar, não podia deixar de assistir!

Embora admitisse que aquele não era seu lugar e que assim que o circo terminasse sua apresentação daria um jeito de escapar pois precisava de paz, não pode deixar de notar que seus pais haviam se esmerado.

Aquela festa de aniversário era de longe a melhor festa que aquele assoalho já tinha presenciado e ele agradeceria por isso um dia. Uma Sapatilha que se preza sempre sabe o que o chão está pensando e Ponta podia ver o brilho de fascinação naquela madeira de lei!

Enquanto todos dançavam ao som das músicas anos 80, discotecadas pelo DJ Óculos de Sol Lagerfeld, Ponta resolveu procurar algo para beber. Encontrava-se no meio fio entre o salão de baile e a cozinha quando esbarrou sem querer no Sapato de Verniz Preto. Aquele era, sem sombra de dúvidas, o convidado mais inconveniente da festa.

O pobre rapaz não se tocou que ela não estava nem um pouco interessada em conversas e galanteios e imediatamente lançou seu charme aristocrático, um pouco metrosexual, em sua diração, mas Ponta nem deu bola, continuou seu caminho rumo à cozinha para desespero de seu admirador que na mesma hora arrastou seu verniz para uma bolsinha de poodle que por ali passou. A fila sempre andava para aquele sapato!

Era um sapato bem convencido aquele e Ponta quase tropeçou de tanto rir quando a bolsinha de poodle lhe deu um fora e ainda por cima o chamou de convencido!

Antes que pudesse chegar a cozinha Sapatilha de Ponta foi abraçada pela Gravata Borboleta, que sem encontrar mais nada para fazer, parou para elogiar sua fita Pink.

Ponta, desesperada para escapulir da amiga tagarela, improvisou um glissad com duplo rodopio e deu um jeitinho de fugir da conversa. Borboleta era muito fofoqueira, falava por todos os laços e Ponta só queria beber um pouco de água!

Quando avistou as portas da cozinha, Ponta agradeceu mentalmente por não ter ninguém por perto. Poderia entrar e descansar um pouco antes de voltar para a festa, afinal, quem iria perturbá-la com comentários falsos sobre suas fitas enfeitadas na cozinha? Também não precisaria ficar ouvindo comparações de como sua irmã era linda e dançava bem... E muito menos, receberia cantadas sem graça de sapatos conquistadores.

Sentiu, por um momento, uma tristeza tomar conta de sua ponta, mas logo tratou de se animar, precisava apenas de um pouco de sossego antes de voltar para a sua festa de aniversário.

Enquanto isso, no salão de baile...

Desesperado com o sumiço de Ponta, papai Sapateado estalava seu solado metálico de lado a lado e um ritmo acelerado saía de seus calcanhos...

"Onde estaria Ponta?" - Se perguntava!

O show do circo estava para começar...

"Onde teria se metido aquela Sapatilha?" - O pai esfregava seu solado nervoso e ao mesmo tempo pensava numa estratégia para entreter seus convidados até que Ponta voltasse de onde quer que tivesse ido!

Bailando com Sandália de Salto Agulha, Sapateado deu um show de passos complexos, para deleite dos convidados e quando percebeu sua filha meio cabisbaixa saindo da cozinha apressou-se em animá-la.

Acompanhou Ponta num difícil bailado até o meio do salão e pediu um clássico, o Lago dos Cisnes, para dançar com sua linda filha!

Os convidados emocionados eram só elogios. Ponta e seu pai o Sapato de Sapateado haviam dançado lindamente. Foi uma apresentação tão bonita que até a gravata Ferragamo com sua mania de grandeza desceu ao chão para cumprimentá-los!

Aquela gravatinha era tão metida, sempre engomadinha, nunca saía de casa sem o seu mordomo a lhe prender as pontas. Aquele prendedor de ouro trabalhava para a família por pelo menos três gerações. Gravata Ferragamo era mesmo uma coisinha impossível de se lidar!

Futilidades à parte...

Quando o DJ parou de tocar ouviu-se o rufar dos tambores e uma corneta anunciou a primeira atração circense!

Ponta foi ao delírio. Agora sim a festa estava começando a ficar animada. Pelo menos aqueles protocolos chatos de cumprimentar uns e outros haviam terminado, já estava mesmo na hora de Ponta curtir sua festa!

Leões, elefantes e zebras eram domados por um chicote de couro tão escandalosamente sexy que até a cadeira, sua esposa e fiel companheira de espetáculos, por vezes se distraía para observá-lo.

O Chicote serpenteava pelo ar e com uma mexidinha carregada de ginga soltava um leve estalido! Ah aquilo era tão sexy! Cadeira sempre ficava coradinha assistindo a performance de seu marido!

Seguindo o Chicote de Domador e não menos atrativos, vieram os malabares, pinos tão brilhantes que voavam de um lado a outro desafiando as leis da gravidade, ora sozinhos, ora dividindo o palco com argolas e bolinhas igualmente sincronizadas, davam um show à parte!

Então, como num piscar de olhos, um bastão em chamas iluminou o salão, todos olharam para cima estarrecidos enquanto o bastãozinho acendia e apagava, dava cambalhotas, rodopios e fazia tantas peripécias quanto seus primos Malabares.

Ah, a vida no Circo era uma explosão de alegria e cores. Tudo ali era mágico e vibrante.

Ponta observava tudo com entusiasmo e soube na mesma hora que não era uma sapatilha qualquer... Era uma Sapatilha de Circo! Era isso que queria fazer! Queria ser uma Sapatilha de circo, levar alegria e beleza para todos os cantos do mundo, viajar, dançar, pular, brincar com o Trapézio, saltar na Cama Elástica, desfilar em cima da Bola de Circo, da Corda Bamba... Dançar com o Chicote...

Mas como dizer isso a seus pais?

Como dizer ao seu pai, um famoso Sapato de Sapateado, e à sua mãe, uma nobre Sandália de Salto Agulha que não queria viver com todo aquele luxo, que queria ser Sapatilha de circo?

Não, ela não poderia dar esse desgosto aos seus pais. Decidiu tirar a idéia das suas pontas, ajeitou a fita pink e voltou sua atenção para o Sapato de Palhaço que acabara de entrar no Salão para uma apresentação solo.

Sapatilha de Ponta deu um pulo de contentamento assim que aquele sapato espalhafatoso, tão grande e colorido, se aproximou e a convidou para uma dança.

Ponta jamais havia conhecido dançarino igual.

Apesar do seu tamanho descomunal e das suas cores berrantes o Sapato de Palhaço esbanjava graça, harmonia e beleza em seus passos e a bela Sapatilha rosada se apaixonou perdidamente pelo Sapato de Palhaço.

Suas pontas rodopiaram, suas fitas se assanharam e na mesma hora percebeu que estava caidinha pelo Sapato de Palhaço mais elegante e habilidoso que já conhecera. Na verdade, ela não havia conhecido muitos sapatos de Palhaço, apenas um ou dois na Escola de Balé.

Sapatos de Palhaço não eram muito populares no Mundo da Dança. Aquela era uma sociedade fechada. Algumas bolsas apareciam por lá, mas eram sempre Bolsas de Estudo, um tipo de entidade que causava certo frisson entre os estudantes. No mais... Apenas Sapatilhas e Sapateados mesmo!

Palhaço lhe confessou, enquanto dançavam, que antes de entrar para o circo havia rodopiado pelos palcos de todos os teatros do Mundo. Conhecera o mundo todo através dos passos de Balé. Palhaço fora a primeira Sapatilha de Bailarino do mundo. Certo dia, infeliz com sua vida, decidira se mudar para o circo! Agora era uma sapato bem maior e mais colorido e vivia contente levando alegria para todos os acessórios do mundo!

Ponta, encantada com Palhaço e suas histórias sobre o mundo, não parou de dançar a noite toda e quando a festa chegou ao fim, uma tristeza tomou conta de suas fitas de cetim.

Elas já estavam cansadas, um pouco desarrumadas, mas uma Sapatilha de Ponta que se preza, jamais perde a classe. Nunca! Sentada na escadaria do salão, olhava melindrada para Sapato de Palhaço que roçava seu cadarço colorido em seu laço de cetim. O lacinho se remexeu todo, Ponta corou e os cristais nas pontinhas de suas fitas brilharam como nunca!

Palhaço então lhe confessou que nunca antes havia visto uma Sapatilha de Ponta tão bela e tão triste. A Sapatilha então lhe contou sobre seu sonho de viver no circo, de fazer todas aquelas coisas que vira naquela noite.

Palhaço comovido com as palavras de Ponta convidou-a para visitá-lo no circo no dia seguinte! Aquele convite alegrou-a um pouco, mas ela sabia que antes de se aventurar porta à fora teria muitas coisas para decidir!

Sapateando todo eufórico o Sapato de Sapateado estava passando pelo salão quando ouviu sua filha mais velha contar ao Sapato de Palhaço que sofria por não poder viver no circo! Foi então que Papai Sapateado teve uma idéia genial que deixaria sua filha contente pelo resto da vida!

Negociou com o Sapato de Domador e decidiu comprar o Circo para que Sapatilha de Ponta e Sapato de Palhaço pudessem continuar juntos e felizes. Para Sapateado e Sandália de Salto Agulha, nada era mais importante do que a felicidade de suas duas filhas, as Sapatilhas de Ponta e Meia Ponta.

Sapatilha de Ponta mal pode acreditar na sua sorte quando, no dia seguinte, Sapato de Domador entregou as cordas da grande lona do Circo dos Passos para o seu pai, o sr. Sapateado, agora o novo proprietário do maior circo do mundo!

Palhaço todo lustroso, com cadarços novinhos em folha, não cabia em si de tanta felicidade e ao lado de Ponta ajudou Sapateado, Meia Ponta e Sandália de Salto Agulha a experimentarem pela primeira vez a maravilhosa sensação de pisar num verdadeiro Picadeiro de Circo!

Naquele dia, a Sapatilha de Ponta realizou seu grande sonho, estreou seu grande número no Picadeiro do Circo dos Passos ao lado de seu grande amor, o Sapato de Palhaço.

Estavam presentes neste grande evento apenas familiares e acessórios mais íntimos como o cinto Prada, seu primo de primeiro grau, que agora enfeitava o traje de gala Valentino de Domador de Circo do Sr Sapato de Sapateado!

Todos se divertiram muito e ficaram contentes porque sabiam que a partir daquele dia, Ponta jamais voltaria a ser triste e juntamente com Sapato de Palhaço, levaria arte, cor e alegria para os quatro cantos do mundo!

Alessandra Maiello